quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Pratos Soultone Cymbals


Fundada em 2003 pelo baterista Iki Levy, a Soultone Cymbals (EUA) traz grande variedade de séries, modelos e características únicas de pratos, atendendo inclusive aos pedidos de personalização de cada projeto de seus artistas. Nesta postagem, vou falar um pouco dos pratos incríveis feitos pela Soultone, mas também da dificuldade que ainda existe em nosso país para conseguir um prato da marca.



Os pratos da Soultone são de liga B20 (pratos de bronze, cuja liga é conhecidamente composta basicamente de cobre e estanho, sendo este último numa proporção de 20% em sua composição, tornando-os mais maleáveis) que, dependendo do seu tamanho, espessura e características, influenciam no tipo de som produzido (se mais grave ou mais agudo, com menos ou mais "sustentação" do som, brilho, mais adequado a cada tipo de "pegada" do baterista etc).


A informação que tive da empresa há alguns anos é que os pratos são feitos na Turquia (através das marteladas dos mestres na arte de manipulação destas ligas feitas em pequenas fundições, diferentemente do fabrico por meio de automação) e enviados para os EUA para seu acabamento na Soultone Cymbals, percorrendo um longo caminho até o músico.



A política de oportunidades para endorses da Soultone Cymbals promoveu espantosamente a marca pelo mundo, inclusive pelo Brasil. Chegando nas lojas brasileiras, vem conquistando gradualmente seu espaço como uma das marcas de pratos turcos feitos à mão mais conceituadas e respeitadas do mercado mundial, membro permanente na maior e mais famosa feira de música das Américas (NAMM), mas ainda com muitos bateristas e percussionistas precisando encomendar com importadores (no Brasil, com a Sonotec atendendo lojistas) ou sendo enviados diretamente da fábrica para o músico que adere sua política de apoio aos artistas (o baterista/percussionista que desejar tentar apoio da marca, clique para passar pelo endorsement applicattion Soultone Cymbals).


O valor do prato para artistas chega a 70% de desconto, o que acaba valendo muito a pena para quem está nos EUA. Infelizmente, se considerarmos as condições de compra dos músicos brasileiros comprando pelo Brasil (e-commerce), considerando a cotação do dólar (clique) e sujeitos à taxa sobre importados (60% do valor do produto com o valor do frete, podendo também incidir outros tributos como IOF e ICMS), acaba ficando o mesmo valor de loja, ficando a critério do artista (quem se torna endorse, por contrato de até 2 anos e prorrogável, não pode utilizar outro prato senão o da marca com a qual concordou em representar).

Mas cuidado com o que deseja: primeiramente, pelo simples fato de que ficará "amarrado" desnecessariamente a um fabricante, o que pode não ser interessante pra você mesmo.


O músico precisa avaliar bem que tipo de investimento é cabível para sua carreira. Para o músico que almeja crescimento como profissional, investir em um bom set de pratos é uma prioridade pra quem procura qualidade, a seu critério e gosto por determinada marca, desde que atenda suas expectativas de trabalho.

Desta forma, penso que a Soultone Cymbals, dentre todas as marcas do mesmo segmento, ofereceu ao público vários fatores favoráveis: produto indiscutivelmente de qualidade, personalização e parceria de trabalho entre o músico e a marca a preço justo e interesse de marketing mútuo (do músico e da empresa, numa tendência publicitária de buzz marketing - "boca-a-boca").


Consta como representantes Nick Menza (Megadeth), Veronica Bellino (Jeff Beck), George Johnson Jr. (Seal), Nick Smith (Snoop Dogg), Jerohn Garnett (Mariah Carey), Steve Adler (Guns 'n' Roses), Calixto Oviedo (ganhador do Grammy Latino - 2000) dentre uma série de outros artistas dos mais variados gêneros e nacionalidades.



Das séries padronizadas disponíveis, clique no link abaixo para conhecê-las:


Espero ter ajudado quanto às informações sobre a Soultone Cymbals e convido a conhecer também as marcas Cympad (Suíça), Groove Juice (EUA), Octopode Bags (Brasil), AP Drums (Brasil) e Allê Cajon (Brasil)!



quinta-feira, 25 de junho de 2015

COMO MEDIR A PELE DE UM TAMBOR?



Uma questão recorrente entre os percussionistas é a maneira de se medir a pele de um tambor. Como descobrir o tamanho de pele que será preciso adquirir para um determinado tambor?
Na figura logo abaixo (figura 1), podemos ver como poderemos descobrir o local certo para medir o tamanho de uma pele.

Figura 1

Para ter melhor precisão, é preciso virar a pele para a parte interna para acharmos sua medida (como na ilustração interna com o exemplo da pele de bongô): meça o diâmetro (2 vezes o valor do raio). A indicação na cor verde é a forma correta para se medir, dentre as outras indicadas: a vermelha (ilustrando a medida tirada desde as extremidades da pele) e a azul (ilustrando a medida pela parte mais profunda da pele, sua quina).

Vou tomar a medida de uma pele de bongô LP Matador do tambor hembra (o maior). Com uma fita métrica (em centímetro), a posiciono seguindo o que está indicado em verde.

Note que a maioria das peles formam um pequeno ângulo ao percorrer sua altura: é exatamente ali (indicação em verde), na base de sua altura, mas não na extremidade da sobra da pele (indicação em vermelho), que precisaremos tomar como referência da medição.

Foi indicado, na minha medição em centímetro, um pouco menos de 22 cm. Para ser mais exato, indicou 21,9 cm (obviamente, os números que se seguem após o 9 é tão pequeno que desconsiderei). Usando um conversor de medidas (que pode ser encontrado pela web, online), o número mais próximo que achei foi 8.622...em polegada (em inglês, “inch”: 1 polegada é o mesmo que 2,54 cm). 

Veja página de um exemplo de conversor aqui:

Basta, agora, vermos a opção que há no mercado para este tipo de tambor. O fabricante (Latin Percussion) indica que a pele hembra possui 8” 5/8 (medida em polegada). Que há 8” nós já vimos através da nossa medição. Mas e quanto seria 622...em número fracionado, como costuma aparecer (11” ¾, 12” ½ etc)? Basta dividir o numerador 5 pelo denominador 8 e teremos o valor de 0,625 (bastante próximo do que precisávamos saber - 622 - portanto, indicando o valor de 21,907 - o nosso 21,9 com decímetro desconsiderado anteriormente). Assim, tiramos a prova, tendo a certeza de que é exatamente na parte indicada (verde), que se mede.

Para medir a partir do tambor (nova prova), o processo é o mesmo, como no exemplo abaixo (figura 2 - tumbadora sem o aro):

Figura 2 - tumbadora

Observando o que estaria indicado também em verde, onde devemos medir (em centímetro) e depois converter em polegada, verificamos as opções mais próximas que há disponíveis no mercado, selecionando alguns para a “prova da divisão da fração” para ver qual é o resultado mais próximo entre o que você converteu e o disponibilizado pelo fabricante (como todo fabricante de peles disponibiliza tabelas de medida e modelos, nos ajuda a identificar qual é o produto adequado a se adquirir).

O grande problema é saber qual é a inclinação que certos tambores possuem na madeira próximo da abertura superior onde vai a pele (demonstrando com geometria, com base num ângulo reto, a variação de um dos lados do triângulo retângulo é que varia a inclinação, ficando a critério de cada fabricante de tambor), o que obriga os fabricantes de pele a se adaptarem a isto, motivo pelo qual existem tipos diferentes de pele de quinto (11"), de conga (11" 3/4) e assim por diante. Veja no exemplo abaixo o triângulo retângulo formado pela inclinação do tambor, sendo o lado "C" condicionado à variação do tamanho do lado "A":

Por exemplo, A Remo disponibiliza sua pele para 11", mas há modelos diferentes indicados por D1, D2, D3, D4...estas indicações permitem saber o tipo de inclinação do tambor de determinada marca. Peles com modelos de aro empachado (tucked) são difíceis de se adaptarem a tambores que não se encaixam em suas medidas. Já as de aro "prensado" na borda da pele (crimplock), se adaptam a tambores de padrões diferentes de inclinação na madeira, se ajustando conforme a pressão da afinação devido aos veios criados na parte lateral da pele, como no exemplo de pele de modelo crimplock da próxima foto:

Espero que eu tenha ajudado sobre esta dúvida ou, pelo menos, fomentado mais a curiosidade para que saibamos um pouco melhor sobre os instrumentos que utilizamos, no caso, alguns membranofones como tumbadoras, bongôs, djembês etc.

Cássio de Fernando